segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

de-s-iludir.

Por vezes exigimos o que ninguém nos é capaz de dar, para nos desiludirmos gratuitamente.
Esta história das expectativas foi tão “bem” construída na mente do ser, que estamos sempre à espera de algo, como uma criança que estende os braços à espera de colo.
Há quem diga que somos incapazes de viver sem expectativas. Creio que precisamos de consistência, como tal esperamos que os outros se mantenham constantes, coerentes, sem dar a oportunidade ao outro de se distrair. Há uma necessidade de cobrança, gerada por uma insegurança, que dá origem a egocentrismos…

No fundo estamos todos a aprender e fazer o melhor que sabemos.

9 comentários:

Violet disse...

Acho que mesmo não querendo, mesmo lutando contra o nosso sentimento mais profundo, vamos criando expectativas... mesmo que dia-após-dia conscientemente nos digamos: espera! estou-me a iludir!

Mas... a verdade, é que mesmo racionalizando... as emoções adveêm de uma parte meio cinzenta do nosso ser... e mais uma vez criamos ilusões...

Satori disse...

Acho que existe sempre alguem capaz de preencher as nossas expectativas...apenas temos de ser incoerentes, inconstantes, irracionais, dar oportunidade do outro se distrair, sem cobranças egocentrismos nem egoismos...não é fácil...mas se soubermos partilhar e dar o que de melhor temos sem cobrar nada, nunca teremos de "lutar contra o nosso sentimento mais profundo" são quase que perfeitos e lindos para serem renegados.

se achas estar a aprender e fazer o melhor que sabes...esquece e desaprende, ouve apenas o que a tua alma e coração te dizem...eles nunca te vão de-s-iludir.

KaRL disse...

eu colo o meu sentido de justiça às expectativas que vou criando... mas, como vivemos num mundo injusto, muitas vezes fodo-me à grande. (Pardon my french)

Andreia disse...

Violet
Acho que é importante ter uma base segura. Por exemplo: é óptimo saber que te posso ligar e sentir que vais estar disponível, se não for agora de certo que vais arranjar tempo e vice-versa, é bom sentir isso, deixa-me em casa contigo e quando falar contigo não me vais julgar, vais ouvir, isso é o que eu sei da minha experiência anterior, da minha relação contigo, logo é isso que irei pensar que vai acontecer a próxima vez. Se não acontecer, vai ser algo novo. mas também não tem mal, as pessoas partem, crescem por vezes à parte. E aceitar isso é amar o outro e criar certas expectativas tb é sinal que se confia no outro(:*

satori
"sem cobranças egocentrismos nem egoísmos...não é fácil...mas se soubermos partilhar e dar o que de melhor" aí está uma questão muito importante, dizer ao outro as nossas inseguranças, que algo que fez nos magoou e queremos tentar perceber o porquê, sem amuos, sem evitar o outro ou ser distante... é uma tarefa também difícil. mas é para também para isto que estamos cá. para nos tornarmos melhores pessoas (:

karl
eu continuo a achar que o mundo é (in)justo, conforme as perspectivas.. justiça é uma palavra grande sobretudo achar o equilíbrio entre o que é justo para mim e para o outro (:

Telma disse...

Andreia,
a única coisa que agora quero dizer agora é que é lindo sentir como estás a crescer!

(como estamos todos afinal)

a maturidade é algo que se vai tecendo cada vez mais consistente, mais profunda, a cada etapa do ciclo de vida. a maturidade de que nos orgulhámos há uns anos não nos serve já, é preciso actualizar, reciclar, rejuvenescer e construir. com ou sem esforço, isso dependerá de como cada um avalia as suas questões e vivências, mas efectivamente comprometermo.nos a evoluir engloba todos os desafios (saber que quando surgem estamos capacitados com os instrumentos para os resolver, basta mobilizar esses recursos).

obrigada pelas tuas palavras cheias de sabedoria de quem aceita o que a vida propõe. *

Satori disse...

andreia
Existe uma relação entre valorizares-te a ti proprio e valorizares o tempo, se te aprecias fazes um bom uso dele.

KaRL disse...

só mesmo para dizer que vos meti nos meus favoritos. hum hum hum? grande honra hein? hum hum hum!!!

Violet disse...

Relendo novamente, encontro uma nova palavra no teu texto, que gera um sentido muito exacto no que sinto agora... insegurança... concentração no EU, como uma forma de egoísmo.. relendo o teu texto, sem dúvida que me trouxe algo novo!
As ideias pré-concebidas, derivam em parte do medo de sofrer com as desilusões.

Andreia disse...

mushin
obrigada por me ajudares a pensar em voz alta* <3

Satori
aprecio a minha passagem no tempo (:

karl
ui ui ;P

Violet
é importante as coisas ficarem a germinar, é a preparação para a mudança (:*